Gosto muito de assuntos sobre inclusão, revendo o meu tcc da graduação e algumas vivências anteriores, discorro esse breve texto, deixando a questionarmos sobre nossas atitudes frente a um trabalho desafiador! Infelizmente hoje trabalho muito pouco com a inclusão, por isso o texto fica sendo mais reflexivo e teórico.
A educação inclusiva tem como principal desafio
desenvolver uma pedagogia centrada na criança, capaz de educar a todas elas,
inclusive as que possuem necessidades mais severas (MANTOAN, 2006). Essa ideia
surgiu porque o sistema educacional propunha que a criança é quem deveria se
adequar com a escola, processo chamado de integração. Dessa forma, as crianças
indisciplinadas, com defasagem de aprendizado ou os deficientes físicos e
mentais ficavam sempre à margem da aprendizagem e da socialização.
Políticas públicas voltadas a temática são fundamentais
para auxiliar um efetivo processo de inclusão. Quando a Constituição Federal
(1988) defende a igualdade de condições de acesso e permanência na escola, e
também a Lei de Diretrizes e Bases, Lei 9.394/1996 garantindo serviços de apoio
especializado, com métodos e técnicas para atender às necessidades dos alunos
deficientes. Mas mesmo com todos esses direitos, na prática, o processo de
integração deixava os alunos deficientes, quase sempre, separado das outras
crianças junto com os alunos indisciplinados e os que possuíam defasagem do
aprendizado.
O processo de integração é diferente do processo de inclusão. Nós que trabalhamos em um espaço educacional, não podemos regredir e viver a integração falando ser uma inclusão, já que não é o aluno quem tem que se adaptar a escola, pois assim, sempre teremos os excluídos, aqueles que não conseguem, aquele que vive a margem do conceito de determinada escola.
O sistema educacional precisa mudar e essa mudança deve
partir também da escola e da visão de educação. Como diz Morin (2001 p.99)
“chegamos a um impasse: para reformar a instituição, temos de reformar as
mentes, mas não há como reformar as mentes sem uma prévia reforma das
instituições”.
Precisamos de uma nova concepção de educação na qual se
tenha a intenção de incluir todas as crianças. É urgente que os planos sejam
para uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de
preconceitos, que reconheça e valorize as diferenças. Muito se tem a pensar, sobre as crianças no ensino fundamental que se quer não consta nenhum tipo de deficiência e não estudam, não gostam, não se alfabetizam. Ao meu ver, eles também precisam urgente sair dessa integração, dessa exclusão, e desse destino de viverem a margem das demais crianças.
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